A navegação marítima foi muito importante para manter a comunicação entre as povoações que compunham a localidade de Guarapari, principalmente, até a inauguração da ponte Jones dos Santos Neves, na década de 1950. Em frente ao cais do antigo porto, era feita a travessia de balsa para a praia de Muquiçaba ou para viagem em direção a Benevente. Era local de circulação de pessoas e mercadorias, desde o período colonial. 

Ao visitar a vila de Guarapari, em 1860, D. Pedro II observou a movimentação do porto “visitado por pequenos navios costeiros, protegidos dos ventos fortes e marés pelas ilhotas Rasa, Guarapari e Escalvada”, a existência de um estaleiro e a exportação local de “algum café, açúcar, peixe seco e madeiras cortadas das matas vizinhas”.

Em inventário feito sobre o estado da vila de Guarapari, em 1881, a pedido do governo imperial, os vereadores descrevem a localização geográfica do porto, “ao leste é o município banhado pelo mar, ao norte do morro Atalaia, tem um porto que é o de Guarapari, e a sua entrada está de sudeste a noroeste, sendo sua barra formada por um braço de mar sem pedras que impeça a sua entrada, prestando-se a fácil e pronta navegação até uma légua, com boa profundidade, franca, despida de perigos e defendida dos fortes ventos do norte, pelo Morro da Pescaria e Ilha da Raposa”.

Na década de 1940, o porto esteve movimentado pela atuação da usina MIBRA, instalada ao lado do cais do porto para o beneficiamento das areias monazíticas. Estima-se que cerca de oito mil toneladas de areias monazíticas foram extraídas. Sendo o material beneficiado exportado através dos navios que atracavam no porto, próximo à ponte.

Atualmente, são os barcos de pesca, as lanchas e as escunas de passeios marítimos, que circulam na barra do canal e atracam no antigo cais do porto, a área ainda possui importância econômica, através da pesca e do turismo.

Texto: Thiara Bernardo Dutra - Doutoranda em História / UFES